O conceito de família está
se modificando na sociedade atual, o que pode gerar consequências psicológicas
para as gerações futuras.
Houve um aumento drástico
de separações e divórcios, o conceito da família afasta-se do conceito da
família “clássica”, como pai, mãe e filhos. Agora cada vez mais existem pais
separados, divorciados, madrastas e padrastos, gerando consequências diretas para
as gerações futuras.
Ao afastar-se da “família
clássica”, afasta-se também da “educação clássica”, em que as crianças cresciam
num seio que existia um pai e uma mãe. Ao separar-se/divorciar-se os pais
muitas vezes negligenciam a educação dos filhos. Mesmo tentando fazer o melhor
possível, os próprios pais são influenciados inconscientemente por essa
separação, sentindo-se culpados pelos filhos não terem os pais juntos, outros
pais usam os filhos como uma “arma” para com o outro progenitor, ou mesmo ambos
competem de forma consciente ou inconsciente pelo amor do filho.
Conforme os pais se sentem
culpados pela separação e pelo sofrimento dos filhos, podem
eventualmente serem mais permissivos, menos exigentes e disciplinados, dando o
que podem e não podem ao filho, em troca do seu amor ou por medo de perder o
seu amor. Esquecendo o essencial, carinho, afeto, amor, e que os filhos
amam-nos e não vão deixar de amá-los.
Outro tipo de pais,
principalmente quando ambos os pais são “presentes”, porém possuem muitas
divergências, ódio, angústia, acabam usando o filho para atingir o outro
progenitor.
Pais aparentemente amigos
e civilizados, de forma consciente ou inconsciente, competem com o outro
progenitor pelo amor do filho. Dando mais coisas que o outro dá, fazendo mais
vontades que o outro faz. Sempre atento ao que o outro faz, para fazer melhor
ou maior. Sendo mais permissivos, dizendo mais vezes sim e menos não. Por
consequência, não existe uma educação “saudável”, pois não existe coerência
entre ambos.
Inúmeros estudos, indicam
algumas consequências diretas e indiretas de ser filhos de pais separados.
Maior probabilidade de: baixa auto-estima, insucesso escolar, pouca
sociabilidade, vítima de bulling, desenvolver algum transtorno psicológico,
maior instabilidade emocional, maior ansiedade, baixa tolerância à frustração,
tendência para a depressão, etc.
As relações que
presenciadas, servirão de exemplo para nós e de forma inconsciente, e a
tendência é replicá-las. Logo há a tendência inconsciente de recriar o mesmo
ambiente, seja este bom ou mau.
Isso não quer dizer de
forma alguma que os filhos de pais separados, vão necessariamente sofrer mais
ou serem “piores” do que os filhos das “famílias clássicas”. Requerem sim uma
educação distinta, necessariamente deve haver maior maturidade de ambos os
pais, o qual muitas vezes não se verifica.
Ainda assim existem casos
de resiliência, em que num ambiente completamente disfuncional, um individuo se
desenvolve de forma saudável.
Não devemos esquecer também, que a “família clássica”
não é sinônimo de bem estar, acontecendo em muitos casos, é melhor se separarem
do que estarem juntos, visto a disfuncionalidade vivida no seio dessa família.
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