sexta-feira, 24 de maio de 2013

FILHOS DE PAIS SEPARADOS



O conceito de família está se modificando na sociedade atual, o que pode gerar consequências psicológicas para as gerações futuras. 
Houve um aumento drástico de separações e divórcios, o conceito da família afasta-se do conceito da família “clássica”, como pai, mãe e filhos. Agora cada vez mais existem pais separados, divorciados, madrastas e padrastos, gerando consequências diretas para as gerações futuras.
Ao afastar-se da “família clássica”, afasta-se também da “educação clássica”, em que as crianças cresciam num seio que existia um pai e uma mãe. Ao separar-se/divorciar-se os pais muitas vezes negligenciam a educação dos filhos. Mesmo tentando fazer o melhor possível, os próprios pais são influenciados inconscientemente por essa separação, sentindo-se culpados pelos filhos não terem os pais juntos, outros pais usam os filhos como uma “arma” para com o outro progenitor, ou mesmo ambos competem de forma consciente ou inconsciente pelo amor do filho.
Conforme os pais se sentem culpados pela separação e pelo sofrimento dos filhos, podem eventualmente serem mais permissivos, menos exigentes e disciplinados, dando o que podem e não podem ao filho, em troca do seu amor ou por medo de perder o seu amor. Esquecendo o essencial, carinho, afeto, amor, e que os filhos amam-nos e não vão deixar de amá-los.
Outro tipo de pais, principalmente quando ambos os pais são “presentes”, porém possuem muitas divergências, ódio, angústia,  acabam usando o filho para atingir o outro progenitor. 
Pais aparentemente amigos e civilizados, de forma consciente ou inconsciente, competem com o outro progenitor pelo amor do filho. Dando mais coisas que o outro dá, fazendo mais vontades que o outro faz. Sempre atento ao que o outro faz, para fazer melhor ou maior. Sendo mais permissivos, dizendo mais vezes sim e menos não. Por consequência, não existe uma educação “saudável”, pois não existe coerência entre ambos. 
Inúmeros estudos, indicam algumas consequências diretas e indiretas de ser filhos de pais separados. Maior probabilidade de: baixa auto-estima, insucesso escolar, pouca sociabilidade, vítima de bulling, desenvolver algum transtorno psicológico, maior instabilidade emocional, maior ansiedade, baixa tolerância à frustração, tendência para a depressão, etc. 
As relações que presenciadas, servirão de exemplo para nós e de forma inconsciente, e a tendência é replicá-las. Logo há a tendência inconsciente de recriar o mesmo ambiente, seja este bom ou mau.
Isso não quer dizer de forma alguma que os filhos de pais separados, vão necessariamente sofrer mais ou serem “piores” do que os filhos das “famílias clássicas”. Requerem sim uma educação distinta, necessariamente deve haver maior maturidade de ambos os pais, o qual muitas vezes não se verifica.
Ainda assim existem casos de resiliência, em que num ambiente completamente disfuncional, um individuo se desenvolve de forma saudável.


Não devemos esquecer também, que a “família clássica” não é sinônimo de bem estar, acontecendo em muitos casos, é melhor se separarem do que estarem juntos, visto a disfuncionalidade vivida no seio dessa família.

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